quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Colonia e Koblenz, Alemanha - 15-10 a 17-10 de 2007.




















A despedida de Belgrado foi triste. Realmente gostaria de ficar mais tempo, nao apenas na cidade, mas em toda Servia. Mas infelizmente tive que ir embora, pois jah estava com voo marcado, e se perdesse esse, soh Deus sabe quando conseguiria outro.

Ao chegar na Alemanha, foi curioso notar que a fiscalizacao de passaportes foi bem rigorosa. E todos servios, sem excecao, eram brevemente interrogados. Um metodo de interrogatorio tranquilo, educado, mas nao deixa de ser um interrogatorio.

O policial que me recepcionou passou meu passaporte em uma maquina, se nao me engano de leitura eletronica de dados, algo que nunca tinham feito aqui na Europa (geralmente mal olham o passaporte). Deve ter achado estranho um brasileiro com passaporte italiano e cara de arabe vindo de Belgrado pra Colonia...hehehe

No aeroporto, como nao tinha albergue reservado, procurei o centro de informacoes turisticas. Lah, tive a "excelente" noticia de que hoteis e albergues estavam lotados em Colonia e Bonn (uma cidade bem proxima) por conta de uma feira internacional. Mas a atendente, muito simpatica por sinal, me deu a sugestao de ir a Koblenz, uma cidadezinha proxima, ha cerca de 70 km de distancia do aeroporto, conectada por trem com aquele. Bem, como dificilmente acharia um albergue nessa cidade, acabei reservando um hotel por duas noites. Foi um pouco mais caro, eh verdade, mas de certa forma foi uma boa coisa, pois pude dormir e descansar bem nesses dois dias, algo que nao havia feito ate entao.

A Alemanha realmente eh o que se tem de mais avancado em termos de civilizacao (se vc considerar isso niveis de organizacao, seguranca, conforto e tecnologia). Mas as coisas podem parecer em um primeiro momento frias para latinos como nos, brasileiros.

Tudo funciona bem demais: o trem chega na hora, os servicos sao eficientes, as ruas limpas, os carros respeitam as faixas de pedestres... chega a haver situacoes que para nos beiram o ridiculo. Aqui nao apenas os carros, mas os pedestres devem obedecer os sinais, sob pena de serem igualmente multados. Comecei a observar que, muitas vezes, apesar de nao existir nenhum carro passando na rua (ou mesmo proximo disso), os pedestres pacientemente ficavam esperando o sinal ficar verde para atravessar a rua! Eh meio inusitado isso, mas como diz aquele ditado, "se estah em Roma, aja como os romanos". E foi o que fiz...hehehe

Koblenz, a cidadezinha que fiquei e da qual agora escrevo, fica as margens do Rio Reno. Eh uma cidade bastante antiga, e relativamente pequena, algo em torno de 200 mil habitantes. Aqui, ao contrario de Colonia, cidade na qual fui no dia seguinte fazer um passeio, as pessoas sao muito mais abertas. Assim que cheguei fui jantar em um restaurante turco nas proximidades, e logo o pessoal vai puxando assunto. Teve um alemao muito engracado, que conseguia falar um ingles pior do que o meu, que contou que trabalhava como detetive particular investigando vandalismo para a companhia de trens! Acho que nao deve ter muito trabalho por aqui! hehehehe Ao utilizar uma lan house perto do hotel, o dono (acredito que turco ou arabe), vendo que eu era brasileiro me apresentou a uma senhora que estava em um hotel ao lado, com suas duas filhas. Todos eram brasileiros! hehehe Ela me contou que estava morando aqui em Koblenz hah alguns anos, e que eh natural do Rio (nao perguntei, mas provavelmente se casou com algum alemao). Disse tb que havia muitos brasileiros morando por aqui. Ela e suas filhas demonstraram, pelos olhares levemente tristes, ter muitas saudades do Brasil, e ficaram muito felizes de ver um conterraneo por lah. Quando perguntei a uma de suas filhas se ja estava se sentindo uma alema, fez questao de dizer que o pais dela era o Brasil, do qual gostava muito. Tive que concordar.

Assisti tambem a duas cenas muito engracadas em cybercafes aqui na Alemanha (onde eles chamam de internet cafe). A primeira foi um senhor de idade que estava usando a internet para fazer ligacoes para fora. Como falava alto, nao pude deixar de ouvir. Conversava com mulheres em ingles, parecia nao as conhecer pessoalmente. Se apresentava, fazia algumas perguntas e respondia outras, sobre sua vida. Ateh que teve uma com a qual ele comecou a falar em portugues (sofrivel, por sinal!)! rs Ate aih tudo bem, mas a conversa foi surreal. Vou tentar ser fiel as frases que ouvi dele: "Mim ser alemao duro, sem dinheiro". "Voce quer deposite dinheiro?". "mas pra que dinheiro?". "Eu nao ter dinheiro, ser alemao duro!". "Caixa economica? Que ser isso?". "Fala devagar, mim alemao, nao brasileiro!". "Tenho que ir, aqui eh tarde, seis horas a mais que Brasil. Amanha te ligo! Tchau!".

Outra perola que ouvi foi em um internet cafe em Colonia. Uma brasileira (apesar disso, tambem com um portgues sofrivel hehehe), falava com alguem que penso ser sua mae. "Poxa mae, eu ganho 700 euros por mes. Pago 300 de aluguel", e passou a enumerar varios gastos para concluir: "Soh sobra 100 euros pra mim no final do mes!". Serah que emigrar, ficar longe da familia e amigos, morar em um pais estranho, vale para lucrar algo em torno de RS 270,00 por mes?!

Dia 16 fiquei o dia inteiro em Colonia, onde pude andar bastante pela cidade. Nao hah muitos atrativos turisticos na cidade. O mais importante eh a Dom (Catedral), belissima por sinal, que foi uma das unicas construcoes que escapou intacta da segunda guerra, jah que servia como ponto de orientacao para os avioes aliados durante os bombardeios.
Colonia tem inumeras areas verdes, parques, que sao realmente muito bonitos (e se pode pisar a vontade na grama! hehehe). A cidade eh muito limpa, tem ciclovias espalhadas por toda cidade (acho que o unico lugar em que vi tantas bicletas foi Amsterdam), a coleta de lixo eh seletiva, mas...falta uma coisa, que eh calor humano, alegria de viver. Alias, um alemao que conheci no albergue em Belgrado havia dito isso antes, que achava as pessoas na Alemanha mais frias (ele proprio nao era, como se ve, sempre hah excecoes). A riqueza material eh abundante, mas as pessoas nao parecem, por isso, ser felizes, ao contrario dos servios. Parece ser o paradoxo do desenvolvimento.
Bem, como nao podia vir a Alemanha e deixar de provar as iguarias locais, tomei um chopp Dom, tipico da regiao, e comi um sanduiche com salsicha de queijo, excelentes os dois por sinal. Felizmente a Alemanha nao chega a ser tao rigida a ponto de proibir que se tome cerveja nas ruas. Ainda hah salvacao! hehehe

Em breve partirei para Palermo, na Sicilia, Italia, onde chegarei apenas a noite (felizmente com albergue jah reservado). Arrivederci a tutti!

9 comentários:

Maurício Santoro disse...

Pelo visto foi bem melhor você ter ficado em Koblenz. Pelo menos, gostei mais das cidades pequenas na Espanha, Portugal e Itália.

Deve ser uma porcaria viver como imigrante por aí. Toda essa rigidez dos alemães... Como dizia o Stálin, quando a Revolução estourar e os rebeldes encontrarem uma placa de "Não pise na grama", pode ter certeza de que farão exatamente isso.

O Congresso deve votar hoje a entrada da Venezuela no Mercosul. Aguardemos.

Abraços

Anônimo disse...

Poxa,a menina brasileira então poderia ser garçonete na sérvia...Pelo menos a Dragana ganha 1000 euros :-). Se bem que isso aí não deve dar para muita coisa por essas bandas.
Hahaha, ri muito da conversa surreal do alemão..."mim ser alemão duro", HUAAUHAUAHUAHAUHAUAHU!!!!
Notícias daqui do Brasil: dia 19 sai minha nomeação no TRE! :-)) Dia 22 é a posse e dia 29 já estarei trabalhando!!!
Torça os dedos por mim!!!!

Beijos!

Márcio Santoro disse...

Fala, Mauricio! Com certeza, achei a cidade de Klobenz bem mais amistosa que Colonia. Agora entendo porque tantos alemaes vem passar as ferias no Brasil e acabam ficando em nosso pais! rsrsrs Essa rigidez dos alemaes chega a ser paranoica. Quando estava indo ao aeroporto pegar o voo para Palermo, do meio do vagao dois inspetores disfarcados sacaram suas carteiras e comecaram a verificar os tiquetes de todos. Como pode ver, a Gestapo deixou raizes bem fortes lah! rs Abracao!

Márcio Santoro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Márcio Santoro disse...

Fala, Lu! Que excelente noticia!!! Parabens pela nomeracao!!! Agora nao tem mais erro! Legal mesmo! Quando voltar ao Brasil vamos comemorar, viu? Quanto a brasileira, acho dificil que conseguisse emprego no mesmo nivel da Dragana. Afinal, o nivel era bem pior! rsrsrs :p E a respeito do alemao, tive que me segurar pra nao rir, foi muito engracado, surreal mesmo! rsrsrs Bjos!

Anônimo disse...

AÊ, Santoro.
Voce podria dizer qual foi o hotel que ficou em Koblenz a tarifa legal?
Vou pra la em março e preciso arrumar um bom lugar que nao nos espolie o bolso.

raimundo lisboa

Márcio Santoro disse...

Raimundo, a tarifa do Hotel em que fiquei não foi das mais baratas, mas certamente foi menos custoso do que um hotel em Colônia, e com uma grande vantagem, dava-se para ir a pé para a estação de trem. Eu não me lembro o nome do Hotel, vou ver se encontro nos meus papéis depois, bem como o valor exato da tarifa, que acho que foi algo em torno de 60/70 euros. Agora a reserva eu fiz no próprio aeroporto, que tem um excelente centro de atendimento ao turista. Agora se quiser um hotel realmente barato, procure no www.hostelworld.com . Não usei este site para isso na época em Klobenz porque não tive tempo, mas é o melhor, e fiz uso em diversas outras cidades na europa, é bem confiável. Abraços!

Anônimo disse...

Olá!! Moro aqui em Koblenz e concordo com os elogios que se faz à Alemanha, assim como com a observacao da tristeza das pessoas . Já quanto à rigidez dos alemaes, em relacao à fiscalizacao dos ticketes no trem, tem muita gente que quer dar um jeitinho brasileiro, rsrsrs, e andar sem pagar, assim como nos ônibus.

Edu disse...

olá. sou brasileiro e vou ir para koblenz. voce sabe me dizer os pontos turisticos que devo visitar. quanto custa taxi na cidade?